Passar horas em frente ao celular ou videogames pode ser muito prejudicial para a saúde física e mental na infância e adolescência.
Mais do que o tempo em frente aos dispositivos, a relação com a tecnologia revela se seu filho é um dependente da internet.
O tablet e o celular usados como distração em um almoço de família com crianças pequenas são hoje quase uma regra: os dispositivos são uma forma de deixá-las entretidas para que os pais consigam desfrutar o momento com mais calma. Esse hábito faz parte do nosso cotidiano moderno porem está ultrapassando os limites.
E esse tempo excessivo das crianças e adolescentes com as telas vem sendo motivo de preocupação entre pesquisadores e entidades, como a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), que vem se debruçando sobre o tema para entender os danos e orientar os pais e responsáveis para um uso sadio.
No manual de orientação “Uso saudável de telas, tecnologias e mídias nas creches, berçários e escolas” a SBP salienta que há uma associação entre o excesso de telas na primeira infância com atraso no desenvolvimento cognitivo, linguagem e descontrole emocional, além de comportamentos agressivos e alterações no sono.
O que temos visto nos estudos científicos é que, na maioria das vezes, os quadros de dependência tecnológica acompanham alguns outros transtornos, como depressão, fobia social, ansiedade generalizada, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade. Essas comorbidades são o pano de fundo”. Má postura (por causa do tempo prolongado com a cabeça abaixada), obesidade, alimentação baseada em fast food e alimentos ultraprocessados são outros problemas.
Os pais devem procurar ajuda de profissionais especializados ao perceberem que os filhos não estão conseguindo modular o uso de smartphones e afins:
- Optar por passar mais tempo na internet do que se pretendia. O controle do tempo on-line é o principal indicador de um uso saudável.
- Deixar de lado tarefas escolares, domésticas e de trabalho para passar mais tempo na internet.
- Negligenciar tarefas domésticas ou o autocuidado para passar mais tempo na internet.
- Fica irritado/a nervoso/a quando está sem o celular ou o tablet.
- Isolamento. Preferem ficar sozinhas com o celular/tablet/jogos eletrônicos ao invés de interagir pessoalmente.
- Não conseguir controlar o uso. Quando a pessoa percebe que está se excedendo nas horas online, tenta ficar menos tempo mas não obtém sucesso. O que mais caracteriza a dependência de internet é justamente conseguir modular o uso.
O tratamento é de controle das horas gastas, não deixar de usar totalmente ou proibir.
Não é como um usuário de drogas ou álcool: o caminho não é proibir mas sim inserir outras atividades na rotina aos poucos, tirando a criança ou adolescente do isolamento que ocorre nesses casos.
Agir com agressividade com a criança (como desconectar um videogame) não é indicado. Isso pode gerar ainda mais agressividade. É essencial que os pais dialoguem e entendam o porquê aquilo é tão importante para o filho.
Ela também frisa que os pais precisam pensar no modelo que estão oferecendo aos filhos com o uso da tecnologia, pois o exemplo deveria começar em casa. Muitos chegam em casa e ficam no computador trabalhando, não saem do celular e mal olham para os filhos. Esse relacionamento vai ficando cada vez mais distante.